quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O MEU 1º PROBLEMA DE 2011

Sim. É verdade que a ausência de uma mensagem minha desde Dezembro poderia indicar que este blog estaria a morrer, mas tal não vai acontecer. Não tive foi nada de novo e relevante para dizer, ou pelo menos, algo que me fizesse pensar ou estivesse devidamente pensado e fundamentado.

Não sou sofista!

Mas agora existe ou pelo menos lembrei-me agora.

Natal, época de harmonia e felicidade, nasceu o menino Jesus. Sim, "Nasceu o menino Jesus!" e não "Chegou o Pai Natal" que este último é originário nos Países Baixos [chamava-se Sinterklass (Santa Claus depois)] e explorado no século XX pela Coca-cola.

Depois, mais uns dias, chegamos à passagem de ano. É aqui que começa o meu problema, a passagem de ano, o dia em que se fazem resoluções e promessas, o dia em que se promete sabendo que se não cumprir poderá prometer de novo na próxima passagem de ano, o dia zero, o dia em que começa tudo de novo (Pelos menos a maioria das pessoas pensa assim), o dia do Reset . O dia do Reset? Porque é que as pessoas precisam de fazer Reset? Ou antes, porque precisam as pessoas de um dia para se reiniciarem e arrancar de novo? Porquê a necessidade de ter pontos intercalares numa vida que é curta e dura "dois dias"?. Tenho muita dificuldade em assimilar esta necessidade como se um disco rígido se tratasse ou algo muito mecânico e articulado. Esta minha necessidade de explicar este fenómeno levou-me a levantar uma outra questão... Quando é que as pessoas deixaram de ver a vida como uma passagem só e passaram a ver vida com um numero de passagens, todas elas com um tempo médio de 365 dias?. Que por sua vez me levou a uma outra questão... Quando é que as pessoas deixaram de estabelecer objectivos de uma só vida? Questão que me levou a uma outra questão, esta mais suprema... Quando é que as pessoas perderam o "norte"?.

E agora? Agora perguntarão alguns... qual a conclusão para tantas questões? Para esta questão e para as outras eu cheguei a uma conclusão, e muito simples. Desresponsabilização! As pessoas deixaram de responsabilizar os outros e também a si próprias, deixaram de exigir aos outros e deixaram de exigir a si mesmas levando a uma ideia erradíssima de que se não cumprirem este ano, podem-no fazer para o próximo. ERRADO! Muito errado! Há regras e exigências que têm de ser permanentes, assim como o respirar tem de ser permanente e não pode parar. Há princípios que não se pode abdicar, assim como o coração não pode deixar de bater. Há acções que têm de ser mantidas e coerentes, assim como o cérebro tem de se manter sempre a funcionar. Se um destes três pontos parar, o corpo morre e o espírito vai-se, assim como o futuro do País vai-se se desistirmos de votar, exigir melhor, trabalho esse que não pode nunca parar.

A vida é um traço único que une dois pontos, a nascença e a morte, e nesse traço não há interrupções ou paragens no que é importante, tendo no entanto a capacidade de ter marcos importantes, individuais e colectivos.

O curto prazo é curto. O longo prazo é longo, logo dura mais e tem maior probabilidade de sucesso. Por isso e muito mais, façam resoluções para toda a vida e não para um só ano. Responsabilizem os outros e a vós também.

Um forte abraço

Martim Durão