sábado, 7 de agosto de 2010

ACABAR COM OS CHUMBOS?

AVISO (MUITO IMPORTANTE LÊR): O texto que se segue contém linguagem que pode ferir a susceptibilidade de alguns leitores, linguagem essa que resume vários sentimentos em uma, duas ou três palavrões e não aconselhável a menores de 30 anos. Fui e sou bem educado, no entanto a presente situação apocalíptica de Portugal exige-me tal linguagem. Como escreve Miguel Esteves Cardoso “(…)acho-os indispensáveis a quem tenha necessidade de dialogar... mas dialogar com carácter! O que se não deve é aplicar um bom palavrão fora do contexto, quando bem aplicado é como uma narrativa aberta, eu pessoalmente encaro-os na perspectiva literária!”.


ACABAR COM OS CHUMBOS? FODA-SE! PUTA QUE PARIU! MAS QUE MERDA É ESTA?

Estou eu semi-descansado da vida a pensar em todas as formas que ando a ser roubado pelo Governo Português. Atenção povo português, não digam Estado Português e sim Governo Português, pois Estado Português significa todos os Portugueses, ou seja, Património do Estado Português é igual a Património de todos os Portugueses; viatura do Estado Português é igual a viatura de todos os portugueses…etc. Logo, quando dizem por aí que o estado só tira e não dá “nada” estão a dizer que eu tiro e não dou nada? Foda-se! Puta que pariu! Mas que merda é esta? Que eu saiba, veja e sinta, dou muito e recebo muito pouco e como tal, solicito tento nas línguas burras de quem não pensa e não sabe.

Tudo isto porque aproveito as minhas férias para pôr a leitura em dia, que isto de trabalhar na minha área e na empresa onde estou é um grande consumidor de horas e disponibilidades (Em inglês “Time Consuming”), dando assim preferência por dois jornais: o Record - que é um diário desportivo de leitura básica, jornal normalmente mal escrito mas que nada exige ao meu cérebro e dá-me as tricas do futebol em apenas 20 minutos (desporto lindo mas muito mal tratado, aliás, quase tudo que é português é mal tratado pela maioria dos próprios e o que ainda está por mexer, mal tratado irá ser); e o jornal i – que é o único diário de direita existente em Portugal e um dos poucos que sobrevive ao “Polvo do Governo”, não - não é o mesmo polvo que foi acertando nos resultados do mundial findado, estando entre os igualmente sobreviventes SOL e PÚBLICO. Mantendo-me no i , que às vezes também me irrita com as noticiazinhas dos fatos dos bombeiros que chegam e não chegam, a casinha da senhora que caiu, o homem que após dois anos teve uma indemnização, que a Naomi testemunhou no tribunal de Haia por causa de uns diamantes de sangue, etc. e alguns clichés, é um jornal que para além de pensar em quem o lê, realmente pensar em quem o lê ( de uma dimensão ideal, agrafado, bem organizado e esquematizado, onde o posso ler ao sol, ao vento e em qualquer lugar excepto dentro de água como é óbvio) está muitas vezes em cima dos acontecimentos estruturais do país onde ainda vivo.

E um desses acontecimentos foi o da edição do i nº386 de 2 de Agosto de 2010, ao abordarem a temática dos chumbos! A Senhora Ministra da Educação quer acabar com os chumbos. Foda-se! Puta que pariu! Mas que merda é esta? Agora vamos para a linha da frente dos países que desenvolvem burros, idiotas, anormais, iletrados, seres sem capacidade de raciocínio, decisão, análise e resolução de problemas? Ou estamos perante um mega plano de estupidificação progressiva da população portuguesa para que mais impostos e roubos possam ser realizados pelos sucessivos Governos Socialistas que aí virão, incluindo Sócrates e Passos Coelho? Por favor, existe alguém com voz de peso que nos possa salvar desta loucura? Existe alguém que acredite na educação e na Meritocracia (do latim mereo, merecer, obter - é a forma de governo baseado no mérito)? Existe aí alguém?... Como é possível que no meu país se faça tudo para estupidificar as massas e ninguém relevante se opõe? Estarão todos metidos no “Polvo do Governo”? Só podem… Cavaco Silva aprova a lei do “Casamento” dos Homosexuais dois dias após a vinda da sua Santidade a Portugal e homologando a lei com a palavra Casamento, palavra de origem cristã; Passos Coelho mal entra como líder do PSD dá a mão direita a Sócrates e quer fazer alterações à Constituição da República Portuguesa, todas menos as que realmente devia estar a fazer; Sócrates diz que está tudo óptimo e a ministra da EDUCAÇÃO que foi Alta Comissária para o Plano Nacional de Leitura quer acabar com os chumbos… OUTRA VEZ… Foda-se! Puta que pariu! Mas que merda é esta? Isto significa que daqui a 10 anos, eu vou competir com broncos, estúpidos e iletrados. Perguntam… Competir? SIM digo eu, competir, porque eu que tenho capacidade analítica, eu que raciocino, que tenho opinião fundamentada, que resolvo os problemas que me aparecem à frente e que acredito na meritocracia serei mais caro para qualquer empresa que os broncos e estúpidos que aí virão e ficaram contentes com 500€ mês, algo que já existe com fartura…

Desde quando o chumbo faz mal? Nessa mesma edição do i vieram inúmeros exemplos de figuras com relevo que já chumbaram, entre os quais o Sr. Eng. Belmiro de Azevedo que foi chumbado sem qualquer culpa por incompetência de um professor, e o mesmo recuperou esse ano e os 3 anos seguintes em apenas 3 anos. Tenho a certeza que só o tornou mais forte (mesmo que revoltado) e ciente dos seus princípios e que teve um impacto positivo na formação da pessoa que é hoje e consequentemente no império que tem hoje? E são muitos outros exemplos como Cavaco Silva, Vitorino Nemésio, Daniel Sampaio, Ricardo Costa e Patrícia Vasconcelos. Eu também chumbei, duas vezes. A primeira foi na 2ª classe (Em colégio de Freiras) por recomendação e decisão dos meus próprios pais, talvez achassem que brincava demais e era criativo demais, e assim quiseram que tivesse uma base mais forte. Assim foi, e ao contrário do Sr. Eng. Belmiro de Azevedo não fiz os restantes 3 anos em 2. A 2ª foi no 10º ano, e porquê? Porque na primeira vez que escolhi a área de economia foi somente para fugir a Física, Química e Francês, e como tal correu mal, eu estava num lugar pelas razões erradas, estava a fugir de 3 coisas e não estava lá por vocação muito embora soubesse desde os meus 13 anos o que queria ser, Publicitário. Chumbei e muito bem chumbado, acordou-me para a vida e fez-me pensar no que realmente queria e assim foi, voltei a matricular-me na área de economia (Para espanto de muitos) mas pela razão certa, era por essa área que podia chegar onde queria. Devo dizer sem modéstias, que daí em diante as notas foram praticamente todas de 14 valores para cima até ao fim da minha licenciatura em Engenharia Publicitária. Sou o que sou hoje, esclarecido, graças a um chumbo fundamental, o 10º ano. Chumbar faz pensar na vida, nas prioridades, no que aconteceu de errado, no que há a melhorar, ou seja, ajuda no desenvolvimento de capacidades de raciocínio, resolução de problemas e apresentação de soluções. No fundo, ajuda na formação e carácter de um indivídio, e porquê? Por ensina que em meritocracia vence quem merece, e quem não mereceu tem que fazer por merecer. Foi o que fiz.

Acabar com os chumbos? Foda-se! Puta que pariu! Mas que merda é esta?

Martim Roquette Durão

2 comentários:

  1. Martim,
    Eu também chumbei - no 8º ano na Escola Francisco Torrinha.
    De castigo os meus pais puseram-me dois anos no Colégio Nossa Senhora de Lourdes.
    Tirei o curso de Direito, chumbando em algumas orais (faz parte...:)), mas nunca chumbando de ano!
    Não percebo porque não se pode chumbar, porque não se pode expulsar um aluno da sala se ele não se comporta decentemente...Graças a Deus que não sou professora. Não gostaria de estar na pele delas e deles...
    Vou-te dar conta de um testemunho pessoal: há uns meses um amigo pediu-me para ir com ele dar uma aula a turma do Rodrigues de Freitas. No fundo o que ele queria era que eu desse a minha experiência pessoal num trabalho em equipe, com outras pessoas e como isso pode ser bom e mau.
    Podes não acreditar mas de uma turma de 16 alunos, não estava nenhum! Só a professora! Admite-se???
    Ainda me lembro da Prof. Maria José Dinis...corria para a sala aquando do toque e se não estivessemos lá era falta certa! E nessa altura chumbávamos por faltas!

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  2. Ritinha:

    Isto vai de mal a pior... Até que ponto isto vai chegar? Onde vão parar as bases estruturais das gerações que estão para vir... Eu dei aulas durante 3 anos no ISCET (Instituto Superior) e posso dizer-te que tive apenas uns 10 alunos com capacidade de raciocinar, capacidade de emitir uma opinião fundamentada, ao ponto de num ano e numa só turma de 25 alunos ter 5 alunos com boas capacidades intelectuais, dois deles tinham vindo da faculdade de engenharia e os outros 3 eram os que eu chamava de Trio Maravilha.

    Ainda mais preocupante é o fim da meritocracia, que já existia pouco, mas com isto vai mesmo acabar, já não é preciso o mínimo esforço para se passar de ano.

    Ontem estive 3 horas em Espanha, e senti um repente de querer sair de Portugal... sair desta cada vez mais miséria. Estou num País em que os corruptos vencem e não são culpados, os pedófilos violam e não são culpados, os ladrões apanhados em flagrante delito são postos em liberdade. Estou num País que premeia a vulgaridade. Estou num país onde o regime que reina é o do Apadrinhamento e das Cunhas.

    Os tipos do Nestea querem colocar no dicionário a palavra Mudasti (Campanha Actualmente no Ar), eu recomendo tirarem as palavras mérito, conquista, honestidade, sacrifício, persistência...

    Como é que eu posso continuar a acreditar que este país tem solução, e que basta querer, se sinto que somos tão poucos os que se baseiam em princípios sólidos e que são verticais?

    Um beijinho grande

    Martim

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